Por José Eduardo
As "Confissões de Fé" elaboradas desde a reforma protestante bem como os "Credos" dos primeiros séculos são uma forma sistemática de ensinar as doutrinas bíblicas e como tal merecem atenção. Não por serem as Escrituras, mas por nos fornecer o ensino sobre elas. O Credo Niceno datado de 325 d.C tem em seu primeiro artigo uma declaração de fé no único Deus, bem como sendo o criador de todas as coisas - "Creio em um só Deus, Pai Todo -Poderosos, criador das coisas visíveis e invisíveis". Essa declaração ensina o que dizem as Escrituras no primeiro mandamento (Ex 20:3) e da sua revelação geral a todos os homens (Rm 1:19-20).
As "Confissões de Fé" elaboradas desde a reforma protestante bem como os "Credos" dos primeiros séculos são uma forma sistemática de ensinar as doutrinas bíblicas e como tal merecem atenção. Não por serem as Escrituras, mas por nos fornecer o ensino sobre elas. O Credo Niceno datado de 325 d.C tem em seu primeiro artigo uma declaração de fé no único Deus, bem como sendo o criador de todas as coisas - "Creio em um só Deus, Pai Todo -Poderosos, criador das coisas visíveis e invisíveis". Essa declaração ensina o que dizem as Escrituras no primeiro mandamento (Ex 20:3) e da sua revelação geral a todos os homens (Rm 1:19-20).
Com o longo do tempo as Declarações, Confissões e também os Catecismos foram tomando proporções maiores, elaborando mais artigos de acordo com o desenvolvimento do conhecimento da igreja, mas também com as dificuldades de compressão de determinados pontos doutrinários. Este foi o caso da criação do Sínodo de Dort, na Holanda entre 1618 e 1619. Na ocasião e um ano inteiro teólogos da igreja da Holanda dividiam opiniões a cerca da sistematização da soteriologia. Discipulos de Jacob Arminius, após sua morte, propuseram a igreja uma análise de cinco artigos que elaboraram que fora conhecido como Remonstância, que se opunha a soteriologia calvinista. Durante o ano de debates, a Igreja da Holanda abriu espaço para que todos discutisses os pontos igualitariamente, até o veredito em favor calvinismo, onde, daí temos hoje o documento de fé conhecido como os "Cânones de Dort".
A Igreja da Holanda nos dá uma grande lição e encorajamento de debater, discutir, questionar e antes de tudo, estudar estes documentos de fé. Os Batistas, por exemplo precisaram se organizar depois das duas Declarações de Fé nada ortodoxas de John Smyth e Tomás Helwys. Apesar de aclamados como pioneiros entre os Batistas, o primeiro negou se auto batizou o que não tem nenhum precedente e respaldo nas Escrituras e negou o pecado original e inclinou-se ao pelagianismo. O segundo, em busca de reconhecimento de sua congregação de ingleses exilados na Holanda escreveu uma declaração com mais preocupação de ser aceito entre os Menonitas e negou a perseverança dos santos, afirmado que o crente perde sua salvação. Após isso, Batistas organizados se opunham a Smyth e Helwys e consolidam uma denominação com identidade própria e mesmo com a divisão entre os Batistas Gerais (arminianos) os batistas Particulares (calvinistas), ambos se estabeleceram na Inglaterra de forma confessional, onde qualquer que os quisesse conhecer poderiam consultar seus distintivos de Fé. E quesito estudo e auto avaliação os Batistas foram proeminentes. Na Inglaterra eles fizeram exames permanentes de suas Confissões de 1644, 1647, 1689 e O Catecismo de Benjamim Keach de 1693 além do Catecismo Puritano com Provas de C.H. Spurgeon de 1855. Na América temos as mais conhecidas Declarações de Fé Batistas, a da Filadélfia de 1742, de New Hampshire 1833 (que já foi a Declaração de Fé dos Batistas Brasileiros entre 1916 a 1986) e as Mensagens de Fé dos Batistas do Sul de 1925, 1963 e 2000.
Todas estas Declarações têm algo em comum além do calvinismo, elas são uma realização de exames, de estudos preocupados com a melhor forma de transmitir a mensagem do evangelho e ensinar a igreja. Mas o importante a ser destacado, seja nos Credos, Confissões ou até mesmo nos Catecismos é que eles expressam a fé em sua mais pura defesa. Poderíamos encarar estes distintivos como "muralhas da fé", mas muralhas que impedem as pessoas de se achegarem a fé por traz delas, mas muralhas que justamente mantém a doutrina e as pessoas guardadas, envolvidas e defendidas.
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