Imagem: Christian Hilley |
Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,” - Efésios 2:4
Aqui encontramos dois atributos de Deus que em conformidade cooperam para que o pecador seja alcançado: Misericórdia e Amor. Esta misericórdia, por exemplo é a causa de não sermos consumidos (Lm 3.22) e motivos para tal consumação existe, pois nossos pecados ofendem a santidade de Deus. Em contra partida a sua misericórdia se opõe a nossa depravação interior, se opõe a mente que arquiteta o mal e que é inconstante. Outros termos a serem empregados a misericórdia são; compaixão e paciência. Somente um Deus compassivo e longânimo é capaz de agir assim. Deus faz isto superficialmente, mas como Deus, sabe todo o conteúdo do meu ser (Sl 139.1) então, conhecendo toda miséria contida no coração humano se compadece. Não faz isto porque é fraco emocionalmente, entra em conflito consigo, não sabe o que fazer e que na dúvida decide nos poupar. Não, sua paciência ter por objetivo mostrar o seu amor.
O fruto da paciência de Deus portanto é o seu amor. Em toda apresentação doutrinária, seja as igrejas ou a seus discipulos, Paulo não deixa de ressaltar a redenção, a reconciliação, e em Efésios não é diferente. Lembrando do versículo 1 deste mês capítulo, Paulo diz que o pecador é vivificado; isto é, é nascido novamente e isso só poder ser possível na pessoa de Cristo. Portanto, Paulo não está falando de outra a coisa, de uma outra forma de amar. Amor é entrega, é operosidade redentiva. Deus em sua compaixão tem ,o propósito de mostrar o Cristo morto para que os pecadores vejam e se arrependam.
“Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos),” (Efésios 2:5)
Como prova de que este amor refere-se a morte vicária de Cristo, Paulo anexa a mesma expressão do versículo 1: estando nós mortos em nossos delitos, para confirmar que a misericórdia alcança o homem perdido e que a consequência desta misericórdia é a pessoa de Cristo – nos deu vida juntamente com Cristo. Outro termo é anexado a toda explicação de Paulo sobre é a bondade de Deus – pela graça sois salvos. Se da parte de Deus temos a paciência e compaixão que dará fruto ao ato de amor, de Cristo vem o desejo de fazer a vontade de Deus e a isto chamamos graça ou favor. Este favor é aquilo que eu não poderia fazer por mim mesmo, temos corretamente chamado este favor de favor imerecido, pois segundo Rm 3.20-23, ninguém é declarado justificado de seus pecados diante de Deus, e estes pecados tornam o homem sem merecimento algum. Mas, com sua compaixão, Deus, o Pai nos concede o favor de sermos salvos por meio de Cristo.
Em outras palavras, é Deus quem intervém . E isto tem um efeito permanente em nós. O salmista lembra que: “Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida” (Salmo 23:6). De onde vem esta convicção de que certamente bondade e misericórdia o seguirão? Ela vem do fato de saber que sendo o Senhor o seu pasto (Salmo 23:1) ele não descansa em guardar suas ovelhas. Quem diz estas palavras do Salmo é alguém que sabe bem o ofício do pastor. A graça divina não está estacionada na redenção, mas está ativamente aplicada até o dia da volta de Jesus. A graça é o trabalho de Deus de nos assegurar, mas também de nos fazer ver que carecemos de bondade todos os dias de nossas frágeis vidas.
Graça especial e irresistível
Porque temos insistido de que a graça é irresistível se na nossas experiência e observação vemos tantas pessoas que não se renderam? Outro termo já foi usado para falar do poder da graça, também a conhecemos como graça vencedora. Isto faz uma alusão ao embate do homem com os mistérios espirituais e que acabam sendo vencidos. Mas em uma análise mais ampla, a graça irresistível é sobretudo especial. Na revelação do próprio Cristo é que saímos de sob a graça comum e chegamos a esta graça especial.
Todos igualmente são expostos a uma graça comum onde o sol, a chuva, a sombra e até a algum sentido de religião são experimentados, mas Cristo precisa ser revelado, pois nada disto basta para a redenção. E Cristo é revelado àqueles a quem Deus elegeu antes da fundação do mundo (Efésios 1:4-5). Então, a graça especial é eficaz porque ela tem alvo certo, àqueles que Deus conheceu de antemão.
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